Karl Lagerfeld - Um revolucionário no mundo da moda!
- Nathália Farias
- 21 de fev. de 2019
- 7 min de leitura
Karl Lagerfeld foi um Designer de Moda alemão, diretor criativo da Chanel, da sua própria marca e também da casa de moda italiana Fendi. Tinha seu estilo autêntico, notável e inconfundível, também polêmico, crítico e bastante objetivo com piadas extravagantes no mundo da moda. Mas afinal, quem nunca ouviu falar do estilista que revolucionou o mundo da moda, ao longo de décadas, colaborando em diversos projetos de moda e arte? O renomado estilista, deixou o mundo da moda, falecendo na terça-feira 19, aos 85 anos, mas deixou um grande legado e muita história com desfiles espetaculares, além de ser exemplo para nós Designers de Moda, que estamos começando a ingressar nesse universo fashion. Vem comigo, que você vai saber mais sobre Karl Lagerfeld! ♥
Reconhecido por ter seu estilo inconfundível, o estilista usava um rabo de cabelo em seus cabelos brancos, looks em ternos e smokings pretos, óculos escuros e luvas. Karl Otto Lagerfeld se especializou em desenho e história em Paris, algum tempo depois foi contratado por Pierre Balmain, de quem se tornou assistente depois de vencer a categoria de casacos em um concurso de design promovido pela Secretaria de Lã Internacional no ano de 1955. Após três anos na Balmain, o estilista mudou-se para Jean Patou, onde projetou por cinco anos, duas coleções de alta costura por ano.
Teve sua primeira coleção mostrada em uma apresentação de duas horas no ano de 1958, porém usou o nome de Roland Karl, ao invés de Karl Lagerfeld. Sua primeira coleção foi mal recebida, e noticiada por jornalistas de moda americana, que ''a imprensa vaiou a coleção.'' Aí está um exemplo para nós Designers de Moda, que mostra que não devemos mesmo desistir nas primeiras tentativas, e esse ícone da moda representa muito bem isso! Sobre a coleção fracassada, Karl disse que seu projeto foi de silhuetas para a temporada, e denominou-a ''K'', por ser a letra inicial de seu nome. Era traduzido em uma linha reta frontal, curvando-se na cintura e uma saia com baixo volume.
Há mais um exemplo que não devemos desistir jamais, vem dos anos 1960, quando Lagerfeld apresentou uma linha de saias para a primavera, e também não foi bem recebida, pois segundo os jornalistas de moda a coleção ''parecia inteligente e extremamente comercializável, pronta para vestir, não alta costura.'' Ainda assim, Karl não desistiu e lançou no mesmo ano uma linha de pequenos chapéis especiais, que foi bem recebida, porém foi criticada e apontada como linha não inovadora.
Por ficar entediado na Jean Patou, Karl passou dois anos viajando por diversas praias, e em 1963, o ícone da moda começa desenhar para a Tiziani, uma casa de alta costura italiana fundada por Evan Richards. Seu início na grife foi marcado pela haute-couture e pelo prêt-à-porter com o nome “Tiziani – Roma / Made in England”. A primeira coleção dessa parceria, foi apresentada no mesmo ano, o estilista permaneceu na marca até 1969, até ser substituído por Guy Douvier.
Após ser substituído, o estilista trabalhou como freelancer na Chloé, contribuindo com algumas peças a cada estação, e posteriormente passou a projetar coleções inteiras para a grife, então foi nomeado para ser o novo diretor artístico da grife, e levou a grande responsabilidade de reinventar a marca que estava em declínio, na época, em 1991.
Anteriormente, em 1970, Karl atuou com uma breve colaboração em um projeto de alta-costura para as marca Curiel, um ano após o falecimento de Giglioga Curiel. Na primavera de 1973, Lagerfeld ganhou as manchetes dos jornais e revistas com sua nova coleção para a Chloé, e obteve destaque por oferecer algo que fosse ''alta moda e alto acampamento'' ao mesmo tempo. As jaquetas da coleção foram o maior sucesso, e outro item que ganhou destaque foi a saia ''surpresa'', que na verdade se tratava de uma calça, com comprimento até o tornozelo, em tecelagem de seda, plissada e caimento fluído, detalhes que faziam a peça se parecer uma saia. Além dessas marcas, Karl Lagerfeld colaborou também com Tommy Hilfiger, Melissa e Wolford.
Sua Trajetória na Chanel:
Em 1983, Lagerfeld foi nomeado diretor criativo da grife Chanel, com o objetivo de perpetuar o estilo lançado pela fundadora Coco Chanel, que faleceu em 1971.
A primeira linha lançada por Lagerfeld para a Chanel, foi um verdadeiro resgate às décadas de 1920 e 1930, usou como referências, o trabalho deixado por Coco Chanel. Nessa época, a grife estava caminhado rumo à falência, então o estilista a revolucionou e levou modernidade e renovação para a maison mantendo as características marcantes e o legado da icônica marca francesa, evitando que a mesma fosse esquecida.
Na década de 80, o designer escolheu a modelo Inès de la Fressange como égèrie da marca. Foi escolhida devido a sua semelhança com Coco Chanel, buscando reencarnar a imagem da estilista, e foi a primeira modelo a assinar contrato de exclusividade com uma casa de alta-costura. Além disso, foi a primeira modelo a tornar-se estrela famosa e popular na história da moda.
Em 2004, Lagerfeld desenhou para a maison francesa, os dois selos de Saint-Valentin emitidos pelo Correio Francês. Também foi o responsável pela renovação das clássicas bolsas da grife francesa, que sempre são um sucesso e o sonho de consumo dos amantes do mundo fashion.
A cada coleção, as bolsas da Chanel aparecem em nova tecelagem, novos tons e formas. Karl Lagerfeld lançou peças incríveis e ousadas, sem perder a essência e o DNA da grife. Também desenvolveu uma nova linha que foi batizada com o nome de Gabrielle, em homenagem à Coco Chanel, cujo nome de batismo era Gabrielle Bonheur Chanel.
Karl Lagerfel na Fendi:
A história de Karl na Fendi, é ainda mais antiga que na Chanel, pois ele era o diretor criativo da Fendi desde 1965. A sua trajetória pela grife rendeu um livro que foi lançado em 2015. A obra intitulada por Fendi By Karl Lagerfeld é composta por desenhos, relatos, entrevistas e muitas memórias do estilista alemão, que entrou para a história da Moda em 2015, quando a Fendi estreou na Semana de Moda de Paris, e ele comandou dois desfiles de alta-costura em um único evento e na mesma temporada: Fendi e Chanel.
Uma das criações mais icônicas do estilista foi na Fendi a bolsa Peekaboo, por Sylvia Venturini Fendi. A peça surgiu na coleção Primavera/Verão de 2009, e o nome faz referência à uma brincadeira (peek a boo), recentemente foi recriada em comemoração aos seus 10 anos de lançamento. Há também os chaveiros que são outra criação icônica da marca, denominado de ''mini Karl Lagerfeld.'' Aí está uma boa opção para quem ama as grifes Fendi e Chanel, adquirir e ter como recordação, de um dos maiores ícones do mundo da moda, e inclusive é um dos chaveiros mais procurados.
A Marca de Karl Lagerfeld:
Em 1984, Karl cria sua própria marca, localizada no número 144 da Champs-Élysées. Em 2002 lançou uma coleção especial denim, feita em parceria com Renzo Rosso, fundador da marca Diesel. A coleção foi denominada de Lagerfeld Gallery by Diesel, e foi co-projetada por Lagerfeld e desenvolvida pela equipe de criação da Diesel, com a supervisão de Rosso. A coleção foi composta por cinco peças, que foram apresentadas em desfiles da Paris Fashion Week. Após o evento, Rosso disse em entrevista:
''Estou honrado de conhecer esse ícone da moda do nosso tempo. Karl representa a criatividade, tradição e desafio, e ele ter convidado a Diesel para essa colaboração, foi um grande presente e reconhecimento de nossa reputação como o prêt-à-porter de Casua Wear.''
Os modelos foram vendidos em edições limitadas em suas galerias em Paris e Mônaco, e no Diesel Denim Gallery em Nova York e Tóquio. Já na primeira semana de vendas em Nova York, mais de 90% das calças já haviam sido vendidas com preços que variavam de 240 dólares a US$ 1.840.
Em 2004, foi lançada uma linha de roupas Lagerfeld pela H&M, a linha era limitada e com peças masculinas e femininas. Após dois dias após a divulgação dos pontos de venda, os estoques já estavam quase esgotados. Apesar do enorme sucesso, o estilista expressava receio e preocupação em trabalhar com marcas low-end, que apresentavam preços baixos, e são voltadas para clientes sem condições de investir grandes quantidades de dinheiro em grandes peças da moda.
Em 2010, Karl Lagerfeld foi homenageado com um prêmio criado para ele, pelo The Couture Council of The Museum at FIT (Conselho de Alta Costura do Museu do Instituto de Tecnologia Fashion, em tradução livre para o português). O prêmio, intitulado Couture Council Fashion Visionary Awards, foi entregue em um almoço beneficente no Avery Fisher Hall, em Nova York.
Lagerfeld Era Apaixonado por Fotografia
Além de Designer de Moda, Karl também era fotógrafo. Começou quando, em 198, ele fez fotos para um material da Chanel destinado à imprensa.
Em 1997, ele lançou o livro Visionaire 23 The Emperor’s New Clothes (em tradução para o português, As Roupas Novas do Imperador). Trata-se de uma série de fotos nuas de modelos e celebridades. A Lagerfeld Gallery foi inaugurada em 1998, com o intuito de dedicar-se exclusivamente à fotografia.
Em 2005, Karl Lagerfeld fotografou Mariah Carey para a capa da V Magazine. Além disso, colaborou com algumas edições russas e alemãs da Vogue e fez um trabalho editorial para a Harper Bazaar. O artista também fez campanhas publicitárias sob sua direção para as casas de moda como a Chanel, Fendi e sua grife homônima.
Também publicou livros de fotos e de arquitetura, como Villa Malaparte e Villa Noailles, entre outros, alguns em colaboração com o arquiteto japonês Tadao Ando. Lagerfeld é o proprietário da livraria 7L e da editora de mesmo nome, localizada na rua Lile, em Paris. Em 2015, Karl reuniu vários trabalhos e lançou a exposição A Visual Journey, na Pinacothèque de Paris, confira pelo link: https://youtu.be/CSRp3QiY7sc
Em 2004, Karl trabalhou em algumas roupas para a cantora Madonna, para sua turnê Re-Invention, e em 2005 fez também as roupas de Kylie Minogue para a Showgirl Tour.
O estilista sempre produzia os desfiles mais inusitados e divertidos possíveis, e para isso, se inspirava em lugares como supermercados, cassinos, aeroportos, com o intuito de mostrar que suas roupas não eram usadas apenas em lugares formais, mas sim, em qualquer ocasião. No desfile da temporada de inverno 2014/2015 da Chanel, Karl transformou o Grand Palais em um supermercado. No cenário, o próprio estilista e suas modelos entraram empurrando carrinhos e escolhendo produtos das prateleiras.
Em meio a histórias cheias de acontecimentos, inovações, polêmicas, surpresas e dentre outras mais, Karl Lagerfeld foi um estilista extraordinário, revolucionou o mundo da moda, se tornou um dos maiores nomes do mundo fashion, que se foi, mas deixou sua marca e seu legado nos grandes desfiles espetaculares, e se tornou também exemplo para nós, Designers de Moda, que estamos acabando de ingressar no mundo fashion, que não devemos desistir nas primeiras tentativas e é tentando, subindo degrau por degrau, que vamos conseguir chegar aonde mais almejamos.
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falou em smokings eu já ficou louca, amo quando os homens utilizam estes trajes.